domingo, 18 de dezembro de 2011

Ilhas, de Sophia de Mello Breyner Andresen

   Sophia de Mello Breyner Anderson nasceu a 6 Novembro de 1919, no Porto.

   Escrevendo alguns livros de sua autoria e traduzindo obras já existentes ganhou, entre outros, o Prémio Camões (1999), o Prémio de Poesia Max Jacob (2001) e o Prémio de Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (2003).
   A sua obra poética que eu li foi Ilhas.

   Esta obra está dividida em 4 grupos. No primeiro grupo encontramos os poemas reencontrados, que pensam-se ser poemas que Sophia escrevera, quando fora mais nova. O segundo grupo baseia-se em poemas intitulados como Tempo, Canção, Veneza, Barcelona, entre outros. Os Navegadores, os descobrimentos, as cartas e um dedicatória são, principalmente, a base do grupo três. Poemas como Poema, Casas, Escrita, Guitarra e algumas cartas trocadas em Sophia e alguns amigos, fazem parte do quarto grupo.

   Quase no final do livro encontramos uma NOTA que nos fala sobre esta obra, indicando os Prémios que lhe fora atribuídos, as normas ortográficas e todas as informações que sejam necessários sobre a impressão e data desta mesma obra.
   Numa página anterior a esta encontramos um texto intitulado por ARTE POÉTICA V. Esta texto fala-nos no primeiro contacto que Sophia de Mello teve com os poemas e da ideia que ela tinha sobre a poesia, ou seja, que esta não pederia existir sem o silêncio.

   Como forma de começar a leitura desta obra, abri o livro na página 22 onde li o poema que lá se encontrava. Foi uma boa forma de começar a leitura desta obra poética:

“Seu rosto seria a cintilante claridade
                                     De uma praia
                               E em sua humana carne brilharia
                               A luz sem mancha do primeiro dia”


   Com a leitura desta obra, descobri também que, para Sophia, apesar de todas as mudanças que possam existir na nossa vida a poesia é a única coisa que permanece, porque para ela mudar, nós também temos de mudar.

   Como em todas as obras deste tipo de escrita, à primeira análise existem poemas que não nos transmitem nada e que parecem não ter sentido. Mas ao relermos e voltarmos a reler tudo ganha um significado.
   Como já referi, existem textos nesta obra que se baseiam em cartas e dedicatórias, entre elas umas cartas trocadas entre Sophia e Jorge de Sena. Nesta carta destaco as seguintes passagens:

                                   “É agora que chega a notícia que morreste
                                   E algo se desloca em nossa vida”

                                   “E agora chega a notícia que morreste
                                           A morte vem como nenhuma carta”


   Uma das muitas passagens do livro que eu gostei foi:
        “Diz-se que para que um segredo não nos devore é preciso dizê-lo em voz alta no sol de um terraço ou de um pátio. Essa é a missão do poeta: trazer para a luz e para o exterior o medo.”

   Original mas no fundo verdadeiro, o “Fragmento de “Os Gracos”” foi um dos textos que eu mais gostei:

                                   “Os Ricos nunca perdem a jogada
                                    Nunca fazem um erro. Espiam
                                           E esperam os erros dos outros
                                          Administram os erros dos outros
                                   São hábeis e sábios
                                   Têm uma longa experiência do poder
      E quando não podem usara própria força
                                          Usam a fraqueza dos outros
     Apostam na fraqueza dos outros
     E ganham


     Tecem uma grande rede de estratagemas
    Uma grande armadilha invisível
    E devagar desviam o inimigo para o seu terreno
    Para sacrificar como um toiro na arena”



  

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Resposta a Matilde

O livro Resposta a Matilde é de Fernando Namora e escolhi este livro porque o título me despertou alguma atenção. 
É um livro um pouco complicado e, na minha opinião, pouco interessante. 
O autor classifica-o "de divertimento".
Tudo começa num café chamado "Café Estrela", que é frequentado pelo explicador de Matemática, por Manucha e pelo marido, chamado Arnaldo. 
Foi amor à primeira vista entre o explicador de Matemática e Manucha. Passados alguns dias, cruzaram-se na rua e começaram a falar. Manucha dá o número de telefone ao explicador e, no dia seguinte, ele liga-lhe a marcar um encontro.
Um encontro de uma mulher casada, chamada Manucha, com um explicador de Matemática. Encontram-se no Rossio de Lisboa, mas o encontro acaba devido a não haver um lugar onde eles pudessem ficar sozinhos. Pois o explicador vivia num quarto em que a senhoria era muito coscuvilheira fazendo com que não fosse um sítio propício para o encontro entre os dois. Então, o explicador promete a Manucha que vai encontrar um lugar sossegado para que os dois estivessem à vontade e que depois lhe telefonaria para marcarem o dia e o lugar do encontro...