«Assim, o narrador é classificado como
heterodiegético, se não é co-referencial com nenhuma das personagens da diegese, se não participa, por conseguinte, na história narrada. Como exemplos desse tipo de narradores, mencionaremos o narrador de
Tom Jones, de Fielding, de
L'éducation sentimentale, de Flaubert, ou de
O primo Basílio, de Eça de Queirós. O narrador heterodiegético pode manifestar-se como um "eu" explícito ou como um narrador apagado, de "grau zero", fundido com o autor textual.
Se, pelo contrário, o narrador é co-referencial com uma das personagens da diegese, participando na história narrada, classificar-se-á como
homodiegético. O narrador pode ser co-referencial com o protagonista do romance, como acontece, por exemplo, n'
A relíquia, de Eça de Queirós, no
Jogo da cabra cega, de José Cardoso Pires, ou na
Aparição, de Vergílio Ferreira.»
Vítor Manuel de Aguiar e Silva, Teoria da Literatura
Sem comentários:
Enviar um comentário